Um grupo de investigadores, incluindo João Guerreiro e António Covas, docentes da Universidade do Algarve, lançou ontem um manifesto sobre os incêndios florestais "Coimbra_Incêndios-Pensar o País inteiro ", na sequência das tragédias que assolaram o país em 2017.
Segundo o manifesto, os incêndios que têm flagelado o país exigem “uma tomada de consciência clara da ligação entre a tragédia e a crescente fragilização e deslaçamento de grande parte do espaço nacional, dos seus modos de vida e das economias que aí existem”.
Os 15 investigadores defendem “uma alteração radical do modo como o país tem tratado o seu território”, apontando para a sua “reconstituição como sujeito dotado de capacidades produtivas e articulado entre si pela ação pública”.
Nesse enquadramento, os Programas Operacionais do Portugal 2020, incluindo o PDR, que têm de ser chamados para o financiamento das ações com efeitos a médio e longo prazos, vão assumir “importância excecional”.
As várias propostas apresentadas reclamam “uma ação integrada e estrutural centrada nos meios rurais e na floresta, na agricultura, na paisagem e no robustecimento das próprias economias de pequena e média escala urbana”.
Os investigadores que assinam o documento dedicam-se a estudar a sociedade portuguesa, nas questões dos territórios, da floresta, da agricultura familiar, do desenvolvimento dos espaços rurais, da administração pública e da responsabilidade social e política.
O manifesto resulta de uma mesa-redonda pública realizada na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, no dia 3 de novembro.