O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, pediu hoje às autarquias algarvias para iniciarem, de forma rápida, as pequenas intervenções de reparação de estragos no litoral da região, apesar de ainda não estar feito o levantamento total dos prejuízos.
“Aquilo que combinámos com os senhores autarcas é que, por favor, façam. Isto é, estas pequenas intervenções de reparar passadiços, de movimentar areia da esquerda para a direita, de fazer pequenas obras de reparação, que as façam”, assinalou o governante, após uma reunião com autarcas, na sede da AMAL - Comunidade Intermunicipal do Algarve.
A primeira estimativa, anunciada durante a manhã em Alvor, com base no levantamento efetuado pelos técnicos da Agência Portuguesa de Ambiente (APA), apontava para 250 mil euros em estragos, essencialmente em passadiços e zonas de passagem para os areais.
“Foram vários os autarcas que disseram ‘sim, os nossos prejuízos estão dentro desse levantamento’, outros disseram que alguns faltam, sempre coisas de pequena dimensão, mais cinco mil, mais dez mil, mais 15 mil [euros]”, informou Matos Fernandes.
Mas os números das autarquias não batem certo: no caso concreto de Faro, o presidente da câmara, Rogério Bacalhau, apontou para cerca de 400 mil euros em prejuízos e até pediu um regime de exceção para evitar o visto do Tribunal de Contas - processo exigível em obras superiores a 350 mil euros - e apressar as obras até ao verão, hipótese negada pelo ministro.
“Não vai haver obras acima desse valor [350 mil euros]. Não haverá necessidade desse regime de exceção”, garantiu o ministro, pedindo às autarquias para que, até à próxima terça-feira, façam chegar ao governo o levantamento de danos, que será depois avaliado para poder ser definido o montante de apoio aos investimentos locais, através do Fundo Ambiental.
“Acredito que algumas destas pequenas intervenções já estarão feitas até à Páscoa e certamente a maior parte delas estará feita até ao verão”, declarou o governante, esclarecendo que, se fosse o Ministério do Ambiente a fazer o concurso global, todo o processo “demoraria mais”.
Matos Fernandes visitou a praia dos Três Irmãos, em Alvor (Portimão), a praia da Fuseta (Olhão) e a praia de Faro, antes da reunião na Comunidade Intermunicipal do Algarve.
Sobre a reposição de areia nas praias, garantiu que é um assunto que merece maior reflexão, apesar de ter vincado que a tempestade Ema já repôs “cerca de um metro de areia” nas praias, processo natural que continuará com a tempestade Gisele.
“Há aqui uma outra dimensão que se não discute assim. Por isso, ficámos de nos voltar a encontrar a seguir à Páscoa, para discutir a questão da reposição de areias numa maior dimensão e com intervenções de maior fôlego”, revelou.
Ainda assim, está em curso a dragagem da Armona (Olhão), que está a colocar areia nas praias, e estão previstas mais duas operações deste género para os próximos meses: em março, a dragagem da ria do Alvor, que servirá zonas balneares como a Prainha, em Alvor, "a mais despida de areia", e, em abril, a dragagem na barra da Fuseta (Olhão), que permitirá colocar areia na própria ponta da Fuseta, "onde ela é mais carente", assinalou Matos Fernandes.