O turismo de golfe no Algarve gerou, em 2017, gastos turísticos na ordem dos 370 milhões de euros, representando 16.800 empregos e um Valor Acrescentado Bruto total de 500 milhões de euros, de acordo com um estudo de uma consultora.
O estudo foi promovido pela Associação Turismo do Algarve (ATA) – a agência responsável pela promoção turística do Algarve junto dos mercados externos - e realizado pela consultora PricewaterhouseCoopers (PwC), visando dar a conhecer o impacto económico do setor.
“Apesar da sua reconhecida importância estratégica para o dinamismo do turismo da região, não existiam, até ao momento, dados concretos que permitissem apurar a criação de valor associada à prática de golfe no Algarve, razão pela qual a ATA decidiu promover a realização deste estudo”, explicou, em comunicado, a associação.
Contando com o envolvimento e a participação de vários agentes deste setor, o trabalho desenvolvido pela PwC permitiu obter uma caracterização dos hábitos de consumo do turista de golfe e quantificar o seu impacto no tecido económico da região do Algarve no ano de 2017.
De acordo com os resultados, os gastos dos jogadores de golfe ativam vários setores da economia regional/nacional, gerando-se impactos diretos, indiretos e induzidos, através do valor acrescentado, de empregos, impostos e balanças comerciais.
A análise ao setor do golfe permitiu identificar multiplicadores de receitas em toda a região, que se traduziram numa criação de Valor Acrescentado Bruto, em alguns casos superior a 60%.
“Os resultados deste estudo vêm comprovar o reconhecimento da indústria do golfe como um setor económico de extrema importância em Portugal e, em particular, no Algarve”, afirmou, em comunicado, Carlos Gonçalves Luís, presidente da ATA.
Através desta ferramenta analítica, acrescentou, existe agora “uma base de conhecimento concreta sobre este produto”.
Neste momento, o Algarve assegura aproximadamente 70% do total nacional de voltas de golfe (em 2017 foram jogadas 1,3 milhões de voltas na região), o que comprova a importância e o potencial que este produto representa para o turismo.
“Reunindo condições ímpares para a prática desta modalidade ao longo de todo o ano, podemos encontrar neste produto um forte contributo para o combate à sazonalidade”, defende o presidente da ATA.
Este estudo permitiu ainda traçar o perfil do golfista que visita o Algarve. Os turistas que visitam a região tendo como principal motivação a prática de golfe “apresentam uma elevada fidelização ao destino”, revelou Dora Coelho, diretora executiva da ATA.
“87% dos jogadores inquiridos já tinham visitado o Algarve no passado, um indicador muito expressivo no que toca à satisfação dos turistas perante o produto oferecido”, referiu.
O turista de golfe no Algarve tem um gasto médio de cerca de 1.500 euros na sua estadia, ficando instalado em hotéis de 4 ou 5 estrelas. No que toca à nacionalidade, é na sua maioria de origem britânica (73%), um indicador que está diretamente relacionado com o número de ligações aéreas que o destino apresenta para esse mercado.
Na escolha do Algarve como destino de férias pesam fatores influenciadores como o clima ameno (79% dos inquiridos) e a qualidade dos campos (56%).
“Estamos muito satisfeitos com os dados obtidos através deste estudo, não só pelos resultados positivos que vêm validar a estratégia que a ATA tem vindo a implementar, juntamente com os seus associados, na promoção externa da região, mas também pelo reconhecimento do peso e da relevância que esta indústria representa em termos de impacto económico regional e nacional”, salientou Carlos Gonçalves Luís.
A informação recolhida permitirá, concluiu, “criar novas oportunidade e soluções, a médio e longo prazo, que permitam continuar a potenciar a excelência do Algarve enquanto destino turístico apelativo ao longo de todo o ano”.