Os portugueses parecem ainda não estar completamente à vontade com a linguagem económica, apesar do aumento da percentagem de pessoas que conhecem o significado das mais variadas expressões financeiras. Os conceitos financeiros “juros”, “taxas de câmbio” e “dívida pública” fazem, cada vez mais, parte do nosso vocabulário e são das expressões mais conhecidas pelos inquiridos do Observador Literacia Financeira.
Os portugueses parecem estar confiantes do seu nível de literacia financeira, mas quando confrontados com 19 expressões financeiras, não demonstraram o mesmo à vontade. Embora tenha aumentado a percentagem dos que conhecem os conceitos financeiros sugeridos, existiu também uma diminuição da percentagem daqueles que referem já ter ouvido falar, mas não sabem o que é. Por outro lado, também se registou um aumento dos que admitem não conhecer sequer o que significam estes conceitos.
Entre as expressões sugeridas, no Sul do país, “juros” parece ser a mais conhecida, pelo menos para 82% dos inquiridos. Em segundo lugar a expressão “taxa de câmbio”, reconhecida por 63% dos habitantes inquiridos e por último, 53% afirma conhecer a expressão “divida pública”.
Prova também, do baixo nível de literacia financeira é o facto de a maioria desconhecer os conceitos associados ao crédito, pois apenas um quarto dos inquiridos indica ter esse conhecimento. Entre esses conceitos, TAEG é o mais conhecido, com 27% já ter ouvido falar e saber o que é.
"Certos conceitos e expressões financeiras fazem parte do nosso dia a dia e o seu conhecimento é essencial para tomar decisões mais adequadas. A formação financeira, desde cedo, é importante e o regulador nacional é um caso de exemplo a nível europeu que, a par das Instituições Financeiras e das Escolas tem feito um enorme trabalho para os mais novos” afirma Leonor Santos, Diretora de Compliance e Jurídico do Cetelem.
Resultado da perceção da necessidade de uma maior compreensão de temas deste cariz, acima de dois terços dos pais assumem preocupar-se com a educação financeira dos filhos – 68% dos inquiridos em 2018, 2 pontos percentuais acima do expresso no ano transato.
Parceiros e Metodologia
O Observador Cetelem Literacia Financeira 2018 tem por base uma amostra representativa de 500 indivíduos residentes em Portugal Continental, de ambos os sexos e com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. A amostra total (500) é representativa da população e está estratificada por distrito, sexo, idade e níveis socioeconómicos e conta com um erro máximo associado de +/- 4.4 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. As entrevistas foram realizadas telefonicamente (CATI), com informação recolhida por intermédio de um questionário estruturado de perguntas fechadas. O trabalho de campo foi realizado 16 a 19 de julho pela empresa de estudos de mercado Nielsen para o Observador Cetelem.