O município de Olhão assinalou o Dia Nacional do Mar na passada sexta feira, 16, com um seminário que abordou ameaças e oportunidades deste setor, perante cerca de uma centena de participantes.
O presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, que deu início aos trabalhos do seminário «Setor do Mar em Olhão e no Algarve - Ameaças e Oportunidades», salientou que, nos últimos quatro anos, o concelho passou de ser aquele com maior taxa de desemprego da região para o que tem a segunda menor taxa, face ao surgimento de novos postos de trabalho, ligados ao turismo e ao mar.
O autarca, para quem as pescas sofrem “grandes ameaças”, defendeu que o setor tem “grande futuro”, mas que “não poderá crescer se não olharmos para os instrumentos de gestão do território”.
Teresa Almeida, a gestora do programa Mar 2020, referiu a importância de “aproveitar da melhor forma os recursos que o mar tem”. “No Algarve temos 264 projetos aprovados, sendo que 83 deles são em Olhão”, revelou a responsável.
A visão de quem trabalha no setor foi dada por Jorge Ferreira (Conserveira do Sul), Jorge Dias (Sparos), João Navalho (Necton), João Bastos (SunConcept), Rui Fonseca (Algarfresco), Marta Rocha (Cooperativa Formosa), Fernando Gonçalves (Associação Portuguesa de Aquacultores - APA), Miguel Cardoso (Olhãopesca) e Rui Roque (Nautiber).
O secretário de Estado das Pescas, que registou os problemas apontados por quem trabalha no mar, referiu os temas problemáticos, mas também falou do que de bom a região tem conseguido: em 2017, a venda de pescado nas lotas foi de 12 mil toneladas (representando 45 milhões de euros); até 31 de outubro desde ano o valor de vendas em lota já chegou aos 37 milhões de euros e 25% (cerca de 4500) dos barcos de pesca a nível nacional estão registados no Algarve, região que representa 60% da produção nacional de bivalves.
José Apolinário, que revelou que os apoios aprovados para Olhão, no âmbito do programa Mar 2020, representam 12,5 milhões de euros de investimento, falou em desafios para o setor como a sustentabilidade ambiental, a gestão correta dos espaços da Ria Formosa, a importância da denominação de origem ou a ideia de cluster para o setor.