Ó Eça, que falta fazes a este cruel mundo de “Tugas” tontos!
Será que algum vírus ou bactéria da maluqueira ou da parvoíce invadiu o Parlamento dos “Tugas”? Enquanto as greves abalam o país, criam o caos, afastam o investimento, aprofundam a crise em que vivemos permanentemente, os políticos discutem uma ou outra migalha que caíu da mesa do banquete e, inadvertidamente, lhes entrou nos bolsos. Portugal vive em turbulência, quase no caos, fabricado por Associações/ Instituições/ Movimentos/, ou quejandos representantes dos cidadãos portugueses e emissores das suas preocupações, basicamente, problemas que afectam a sua vida profissional e o seu bem-estar pessoal. De repente, ou talvez não, acordaram, em simultâneo, ou quase, estivadores, bombeiros, notários, farmacêuticos, funcionários judiciais, juízes, guardas prisionais, oficiais de justiça, enfermeiros, médicos, professores, empresas de transportes, Petrogal, polícia judiciária, técnicos de diagnóstico e o mais que ainda soará, para reivindicações de sempre, pois sempre desejamos algo melhor do que o que temos, o que é típico de qualquer ser humano, como se vivêssemos num país rico, produtivo, trabalhador, bem organizado, estruturado, que sempre confundimos com o paraíso. Onde vivem estes reclamantes? Onde estavam nos tempos de Cavaco Silva e de Passos Coelho? Ignoram que o país está a sair de uma crise existencial que, na prática, o levara a perder a sua autonomia? Comparam-se os tempos de hoje com os que vivemos durante o cavaquismo e o passismo? E, mais estranho, que raio de fúria é esta que apenas ataca as classes de trabalhadores mais beneficiadas e privilegiadas, abrigadas debaixo do guarda-chuva do Estado? Estado que somos todos nós, os da função pública e os do privado que os alimentam e lhes pagam os privilégios. Os funcionários do Estado estão a sugar a riqueza que a maioria vai criando, com sacrifícios inenarráveis, sobre os quais não ouvimos uma palavra. A situação dos trabalhadores do privado é de uma crueldade que não respeita a Família, a Religião, a protecção das crianças. É uma nódoa, no nosso país. Mas, quem os defende? Silêncio. Não será isto manipular a opinião pública? Não será isto adoptar o caminho mais fácil para chatear o governo criando uma guerra entre privados e funcionalismo público? Gerar o caos para reinar. A quem é que já ouvimos isto?
Ninguém nega nem pode ignorar que somos pobres, precisamos de investidores, precisamos urgentemente de aumentar a nossa produtividade, temos obrigatoriamente de dar ao mundo a imagem de um país onde vale a pena estar, viver, trabalhar, investir.
Há vários passos a dar se queremos um país com pessoas dentro, com pessoas felizes. De entre eles, penso que seja urgente:
- Informarmo-nos recorrendo a fontes credíveis e verificáveis, pondo de lado os “slogans” dos Partidos e das redes sociais;
- Combatermos a manipulação descarada que algumas minorias usam para dar a sensação de que o país paralisou e não tem saída viável;
- Termos consciência de que há um trabalho enorme a realizar no sentido de escolhermos políticos capazes de pensar na felicidade das pessoas, não para cumprir dogmas políticos, mas para construir um país com lugar para todos sermos felizes. Os idealismos levam sempre a sectarismos e à destruição. Quem conhecer a História das Civilizações, sabe que os grandes ideólogos que influenciaram gente como Hittler, Mussolini, Karl Marx, Lenine, Mao Tse Tung, e outros, desaguaram em matanças de milhões de pessoas. A História ensina-nos que devemos escolher políticos que saibam lidar com a realidade. Não interessam as quimeras, os paraísos, as disneilândias utópicas. A vida é como é. O mundo é como é. Cumpre-nos escolher políticos realistas capazes de, com tempo, encontrarem soluções realistas. De repente, todos querem tudo resolvido, com uma penada. É triste o espectáculo dos deputados que se entretêm com questiúnculas, intrigas, interesses pessoais, tão mesquinhos quanto inúteis. Passam uma mensagem indecorosa com consequências fatais para a democracia. Não é por acaso que crescem os fascismos, as fronteiras, o ódio ao outro, os racismos, a intolerância, o recurso a seitas, à exploração das emoções para arrastar adeptos, um pouco à semelhança do que está a acontecer com o futebol. Será o fim do futebol e da civilização como a conhecemos. Combater os valores que têm vindo a tornar possível um progresso nunca antes conhecido, a nível da educação, da riqueza, da assistência social, da intervenção médica, da harmonia social, dos direitos das pessoas, enfim, os valores que nos aproximaram da felicidade, vai produzir um retrocesso civilizacional de contornos aterradores. Está-se a preparar um mundo caótico, agressivo, inabitável, se não apostarmos numa informação séria, se não esclarecermos as pessoas de modo a defendermo-nos das ambições populistas de manipuladores profissionais que nos arrastam para o abismo.
Comecei este artigo com uma afirmação do sempre actual Eça de Queirós e termino, com uma interrogação de um lutador exemplar que todos, hoje, temos de ter presente - Nelson Mandela:
“O que é que podemos e devemos fazer para garantir que a democracia, a paz e a prosperidade prevaleçam em toda a parte?”
Mandela procurou respostas na Educação, na emancipação económica, na justiça, na reconciliação, no respeito pelos direitos humanos.
Sigamos o seu exemplo.