O historiador algarvio Fernando Pessanha publicou um novo trabalho na revista e-Strategica, sobre o facto, desconhecido até agora, de o navegador Cristóvão de Mendonça ter recebido a comenda da Ordem de Cristo da foz do Guadiana.
O estudo, intitulado «Cristóvão de Mendonça, navegador no Oriente e capitão de Ormuz – Um desconhecido comendador de Arenilha», foi publicado na Revista da Associação Ibérica de História Militar, no passado mês dezembro, e será apresentado publicamente na próxima sexta-feira, 11.
“O controverso Cristóvão de Mendonça, conhecido navegador no Oriente e capitão de Ormuz, aparece referido como comendador da vila de Arenilha, a comenda da Ordem de Cristo da foz do Guadiana, após as suas explorações nos mares da Australásia e posterior regresso ao reino, em 1524”, refere o historiador.
Segundo Pessanha, esta investigação não pretende discutir as teorias em torno da descoberta da Austrália por Cristóvão de Mendonça, mas sim com o facto de este navegador ter sido agraciado com “uma até agora desconhecida mercê: a comenda da Ordem de Cristo da foz do Guadiana”, para além das tenças identificadas e da conhecida nomeação para a apetecível capitania de Ormuz, no Golfo Pérsico”.
Segundo o investigador do Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes, a atribuição da comenda de Arenilha a este navegador reveste-se de “grande interesse”, na medida em que muitos cavaleiros da Ordem de Cristo se lançaram no projecto expansionista português, ainda que muito poucos tivessem chegado a obter as tão almejadas comendas como recompensa pelos serviços prestados.
“Por outro lado, a entrega da comenda de Arenilha a um navegador como Cristóvão de Mendonça vem, desde logo, corroborar a ideia patente em «Ataques da Pirataria à foz do Guadiana…», ou seja: de que a vila da foz do Guadiana tinha muito mais importância simbólica e estratégica do que aquela que até agora lhe tem sido atribuída”, salienta Fernando Pessanha.
A apresentação pública do estudo, publicado pela e-Strategica e impresso em separata pela Editora Guadiana, terá lugar na sexta-feira, 11, pelas 18:00 horas, no Arquivo Histórico Municipal António Rosa Mendes, em Vila Real de Santo António.