A poucos dias de fazer 6 meses que o incêndio de Monchique foi extinto, o qual recorde-se fustigou severamente grande parte do concelho, esta quinta-feira, dia 14 de fevereiro, uma delegação da ALGFUTURO, chefiada pelo seu presidente, José Vitorino, visitou alguns locais do concelho e ouviu diversos agentes ativos do concelho, cuja visita o diariOnline Região Sul acompanhou.
O périplo começou na Junta de Freguesia de Alferce, onde o presidente da Junta de Freguesia de Alferce, a mais atingida pelo fogo, José Gonçalves, começou por afirmar que o melhor montado no sul do país ardeu e nem daqui por 40 anos estará recuperado. No imediato tem que ser feito algum investimento, essencialmente público, para fixar mais pessoas em Monchique e combater a desertificação, mas são medidas que têm que ser imediatas.
Para o presidente da Junta de Freguesia de Monchique, José Silva, para além de fazer referencia à falta de acessibilidades à vila, em que para se chegar de Monchique a Portimão, ou vice-versa, são necessários mais de 40 minutos, bem como a especulação imobiliária em particular com ruínas, a prova provada que algo tem que ser feito imediatamente para combater a desertificação no concelho, é que neste ano letivo apenas 24 crianças iniciaram o primeiro ano do primeiro ciclo, em contraponto com há muitos anos, em que havia várias turmas com mais de 20 alunos por turma.
Na reunião pós almoço, que reuniu mais de duas dezenas e meia de intervenientes, entre Associações, Produtores Florestais, Apicultores e outros empresários, onde também marcou presença o comandante dos Bombeiros de Monchique, Rui Lopes, no uso da palavra mostrou-se muito preocupado com o que não ardeu e alguma coisa tem que ser feita já para preservar o que ainda resta (cerca de 60% do concelho não ardeu), pois se nada for feito já, o que aconteceu pode repetir-se. Rui Lopes ainda se referiu às acessibilidades, em especial à EN 266, onde os acidentes acontecem com frequência e exaltou que é hora de arregaçar as mangas.
Em suma, para que Monchique volte a rejuvenescer, é necessário que entidades oficiais, de todos os quadrantes, afinem pelo mesmo diapasão das forças ativas e privadas ainda existentes no concelho. A serra e as suas gentes ainda respiram, mas precisam de ajuda urgente para que o futuro seja mais promissor !