O reitor da Universidade do Algarve (UAlg), Paulo Águas, defendeu que a construção do Hospital Central do Algarve será essencial para atrair e fixar médicos na região.
O responsável falava durante a cerimónia comemorativa do 10.º aniversário do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Universidade do Algarve, realizada no passado sábado, em Loulé, com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte.
Paulo Águas elencou alguns dos momentos-chave do curso, desde que, em 2009, ingressaram os primeiros 32 estudantes, os quais se graduaram quatro anos depois.
A criação do Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve (ABC), consórcio entre o Centro Hospitalar do Algarve e a Universidade do Algarve, também foi destacada pelo reitor, que contudo deixou um recado.

“Até parece que aconteceu tudo o que tinha que acontecer. Será? Não, não aconteceu tudo. O futuro Hospital Central anunciado em 2004 continua ausente no presente”, disse.
Paulo Águas sublinhou que a ausência de um hospital com verdadeiras valências universitárias “tem dificultado o desenvolvimento do ensino médico na região”.
O reitor defendeu que uma nova unidade hospitalar é “essencial para a atração e fixação de médicos na região, para o aumento da investigação, para o desenvolvimento do curso de medicina, para a melhoria dos cuidados de saúde, para a coesão territorial, para a competitividade regional”.
Na cerimónia, Paulo Águas relembrou os vários eventos promovidos para assinalar o 10.º aniversário do mestrado integrado em Medicina, incluindo em março, em Portimão, a cerimónia de formatura da 6.ª edição do MIM, e, em fevereiro, no campus de Gambelas, em Faro, as Jornadas de Educação Médica.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, elogiou o “ensino inovador, referido e referenciado a nível internacional” e a “ambição de fazer mais e melhor pelo Algarve”, enquanto a secretária de estado da Saúde, Raquel Duarte, realçou “as bases sólidas de conhecimento que os alunos do MIM adquirem nesta formação, a melhoria da qualidade médica especializada, e o aumento do número de médicos profissionais no Algarve”.
Isabel Palmeirim, diretora do MIM, falou do passado, do presente, mas também do futuro, salientando as características únicas do curso, exclusivamente para licenciados, com um método de seleção baseado na avaliação psicotécnica e de características humanas e de raciocínio.
“Um curso inovador em Portugal com um ensino baseado em problemas clínicos e em sintomas dos doentes (Problem Based Learning-PBL), um método já testado e utilizado com sucesso noutros países, como Canadá, Austrália, Holanda e Inglaterra”, frisou.
A diretora do MIM destacou ainda a forte componente de humanismo, com um ensino que privilegia a comunicação entre médico e doente.
“Os resultados conseguidos são: a qualidade dos médicos formados e a baixa taxa de abandono; a fixação no Algarve de mais de 40% dos médicos formados; a contribuição para a melhoria dos cuidados de saúde no Algarve, quer nos cuidados de saúde primários, quer nos cuidados de saúde hospitalares”, enumerou.
Na cerimónia, foi ainda apresentado o projeto ABC Loulé Active Life Health and Research, uma iniciativa do Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve.