
Novo clube de andebol em Olhão aposta na formação feminina
O Andebol Clube de Olhão (ACO), recentemente formado para dar nova expressão à modalidade naquele concelho, pretende apostar na captação de atletas do sexo feminino para responder a uma lacuna na região.
“O andebol é visto como um desporto masculino, pois há muito contacto físico, que não é tão habitual ver nas meninas”, refere, em comunicado, Marcelo Marreiros, presidente do ACO, justificando a “aposta reduzida” dos clubes nas equipas femininas.
Acreditando que as meninas têm outros interesses além da dança, do basquetebol e do “pouco mais” que lhes é oferecido no concelho, os responsáveis do clube olhanense traçaram como meta, a curto prazo, ter uma equipa exclusivamente feminina.
Para já, contam com duas jogadoras, Carolina e Catarina, irmãs de 8 anos. Vera Pedro, mãe das meninas, disse que o seu interesse na modalidade despertou primeiro no irmão mais velho, Santiago, de 10 anos.
“Depois de ele estar a treinar no ACO, as miúdas começaram a ficar interessadas e pediram para ir”, conta. Agora gostam tanto que “fazem birras quando não há jogos”.
Esta aposta no andebol feminino é apoiada pela Associação de Andebol do Algarve (AAA), como forma de encorajar as meninas a praticarem desporto.
Fundado no início de 2019 e com treinos a decorrer desde setembro, o ACO veio unificar a prática do andebol em Olhão, uma vez que a formação estava nas mãos de uma associação desportiva mais orientada para o futebol e a equipa de veteranos (mais de 35 anos) inserida no Centro de Cultura e Desporto dos funcionários da autarquia olhanense, sem vocação para o desporto federado.
“O andebol estava a desaparecer do concelho de Olhão”, salientou João Estrela, presidente da associação que gere os desígnios da modalidade no Algarve e no distrito de Beja.
Olhão chegou, na década de 2000, a ter mais de 200 atletas federados, masculinos e femininos.
Para já, o ACO conta com cerca de 20 praticantes nas camadas de formação, distribuídos por duas equipas, que treinam duas vezes por semana, ao final da tarde - infantis (sub-12) e outra com crianças com menos de 10 anos de idade –, mas o clube espera aumentar o número de equipas no futuro.