A comissão concelhia do PS de Vila Real de Santo António criticou o executivo social-democrata por ter chumbado uma proposta socialista que visava a suspensão do aumento das rendas das habitações sociais do concelho.
“A referida atualização deveria ter sido feita de modo organizado e atempadamente, mas, como de costume, o município atrasou alguns anos o processo e decidiu agora, inundado no conhecido desacerto e desespero financeiro, pressionado pelos compromissos assumidos com o FAM, aumentar de modo exacerbado as rendas das famílias, chegando os referidos aumentos a superar os 300%”, frisam os socialistas.
A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António anunciou, na passada semana, o início do processo de atualização e revisão das rendas das habitações propriedade do município, de uma forma faseada.
Os moradores dos bairros sociais partilharam com os vereadores do PS as suas preocupações face a esta situação “incomportável”, apelando à sua ajuda para corrigir “profundas injustiças”.
A força política sustenta que a maior parte dessas habitações, construídas há cerca de 20 anos, necessitam de “visíveis obras de manutenção, que nunca foram efetuadas”, além de se referir a “uma panóplia de situações absolutamente constrangedoras”.
O PS salienta ter apresentado ao executivo “uma proposta responsável e ponderada, construída a pensar na realidade das famílias e no esforço que realizam todos os meses para fazerem face aos compromissos que assumiram”, mas o PSD acabou por recusá-la.
Os pontos fulcrais da proposta consistiam na suspensão da aplicação das novas rendas para realização pelos serviços de uma verificação dos valores fixados com o objetivo de confirmar, ou não, as distorções de cálculo reportadas; no faseamento dos aumentos ao longo de quatro anos para permitir a adaptação dos diferentes agregados; e no levantamento exaustivo da situação de conservação do património municipal arrendado, bem como a orçamentação das correções necessárias definindo áreas prioritárias de atuação.
“Os aumentos das rendas, ainda que faseados, constituem um agravamento financeiro incomportável para estas famílias, que injustamente continuarão, como todos nós, a pagar o que outros não souberam (e continuam a não saber) administrar”, finalizam os socialistas.