
Covid-19: Perdas da Ryanair podem passar dos 1.000 ME
A Ryanair anunciou hoje que registou prejuízos líquidos de 307 milhões de euros no terceiro trimestre fiscal, entre outubro e dezembro de 2020, contra um lucro de 88 milhões de euros no mesmo período de 2019.
A companhia aérea irlandesa de baixo custo, com sede em Dublin, segundo a notícia veiculada pela Agência Lusa, enfrenta o ano "mais difícil" da sua história, devido à pandemia da covid-19, e que as perdas podem aproximar-se dos 1.000 milhões de euros neste período fiscal, que termina em 31 de março próximo.
A Ryanair informou hoje num comunicado a que a Lusa teve acesso, que as suas receitas caíram 82% face ao terceiro trimestre de 2019, para 340 milhões de euros, enquanto que os custos operacionais foram de 670 milhões de euros, menos 63%.
A companhia aérea recordou também que as restrições impostas às viagens aéreas devido à pandemia tiveram um forte impacto na procura de bilhetes e o seu tráfego de passageiros diminuiu 78% para 8,1 milhões de passageiros.
"Tal como anunciámos em 07 de janeiro, a Ryanair prevê que os últimos confinamentos e a introdução do requisito dos testes de covid-19 conduzirão a uma redução do calendário de voos e do tráfego até à Páscoa. A previsão de tráfego para todo o ano situa-se entre 26 e 30 milhões de passageiros", afirma a empresa no comunicado divulgado pela Lusa.
A empresa insistiu que a crise sanitária continua a "causar estragos no setor", pelo que prevê que as perdas durante este ano fiscal se situem entre 850 e 950 milhões de euros.
"Este exercício financeiro de 2021 continuará a ser o mais difícil dos 35 anos de história da Ryanair", sublinhou a companhia aérea irlandesa no comunicado.
Contudo, afirmou que após "a crise da covid-19" e dos "programas de vacinação", a empresa terá "custos base muito inferiores" e um "balanço mais sólido" do que os seus concorrentes.
"Isto permitir-nos-á financiar bilhetes mais baratos e incorporar aeronaves de menor custo para aproveitar as muitas oportunidades de crescimento que estarão disponíveis em todos os mercados europeus, especialmente onde as companhias aéreas rivais reduziram substancialmente a sua capacidade ou falharam", acrescentou a Ryanair.
Por seu turno, uma notícia publicada pela agência Reuters, a companhia irlandesa toma em consideração que o tráfego provavelmente será de 20-25% dos níveis pré-pandémicos entre abril e junho, aumentando para 50-70% entre julho e setembro, dependendo do sucesso do programa de vacinas da União Europeia, disse O'Leary, com tráfego de inverno potencialmente em 75-100%.
“Estamos um tanto nas mãos dos deuses”, reconheceu, acrescentando que a companhia aérea pode transportar entre 80 milhões e 120 milhões de passageiros no próximo exercício financeiro, em comparação com os 150 milhões no ano anterior ao COVID-19.
A Ryanair, refere a Reuters, é amplamente vista como uma das companhias aéreas com melhor posição para enfrentar a crise do COVID-19, graças ao seu grande saldo de caixa e à falta de voos de longo curso e em classe executiva.