
Brasil: Bolsonaro substitui ministro da Saúde por um médico
Queiroga esclareceu que “esse termo de lockdown decorre de situações extremas". O país tem outros aspetos da economia para serem olhados”
O médico cardiologista Marcelo Queiroga aceitou o convite para ser o novo ministro da Saúde do Brasil, sucedendo assim ao general Eduardo Pazuello.
Segundo currículo divulgado na plataforma Lattes, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes formou-se em Medicina em 1988, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Tornou-se residente em Cardiologia em 1992 no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. O currículo Lattes, referência na carreira académica, é preenchido pelo próprio Queiroga, que assume a responsabilidade pela veracidade das informações.
Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o médico é defensor do presidente Jair Bolsonaro, com quem se encontrou nesta segunda. Queiroga vem da mesma especialidade e da mesma associação que Ludhmilla Hajjar, médica que recusou o convite para assumir o posto ocupado pelo general Eduardo Pazuello por "motivos técnicos" e também após receber ameaças de morte, como revelou à CNN a médica cardiologista.
Questões operacionais tratadas de forma clara
Na sua primeira entrevista após ter sido anunciado como novo ministro da Saúde do Brasil, o cardiologista Marcelo Queiroga afirmou à CNN, na noite desta segunda-feira (15), que lockdown só deve ser aplicado em “situações extremas” e “não pode ser política de governo”. Em conversa ao telefone, Queiroga esclareceu que o país tem "outros aspetos da economia para serem olhados”.
O cardiologista considerou que as vacinas adquiridas por Eduardo Pazuello devem garantir um programa de vacinação “amplo” e ressaltou que, na conversa que teve mais cedo com Jair Bolsonaro, o presidente pediu que questões operacionais sejam expostas de forma clara.
Queiroga tem, segundo o próprio, um doutoramento em andamento desde 2010 em Bioética, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal.
Trabalha como diretor do Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia do Hospital Alberto Urquiza Wanderley e cardiologista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, ambos na Paraíba.
Quanto ao ainda ministro Eduardo Pazuello, que publicou uma declaração no mesmo dia em que o Brasil bateu o recorde de mortes por Covid-19, atingindo 1.910 óbitos em apenas 24 horas, acresce destacar a sua seguinte declaração proferida no passado dia 5 de março: "A todos vocês, quero dizer que estamos trabalhando firmes para mudar esse quadro. Não somos uma máquina de fabricar soluções, mas somos seres humanos focados na resolução de problemas", disse Pazuello.