Projeto pioneiro que abrange toda a região alentejana já incluiu cerca de 30 pacientes
A equipa do Serviço de Cardiologia do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) implementou o projeto do Hospital de Dia de Insuficiência Cardíaca por Teleconsulta, que já acompanha 30 doentes.
“Este projeto, pioneiro no Alentejo, começou a ser definido há cerca de um ano e, neste momento já incluiu cerca de 30 doentes, tendo realizado inúmeras consultas”, refere o HESE, em comunicado.
O projeto “transformou a ameaça em oportunidade”, realça Bruno Piçarra, médico cardiologista e responsável pela teleconsulta do Hospital de Dia de insuficiência cardíaca.
Doentes deixaram de vir ao hospital durante a pandemia
“Ao longo da pandemia percebemos que alguns doentes deixaram de vir ao hospital, adiando as consultas, o que se refletiu num agravamento do seu estado de saúde”, frisou o médico.
Por isso, o serviço de Cardiologia decidiu consolidar este novo projeto de teleconsulta, “com o objetivo principal de dar resposta aos doentes e continuar a assisti-los de forma mais segura e com maior regularidade”.
Esta nova forma de consulta permite também um atendimento multidisciplinar: o doente é avaliado por uma equipa médica e de enfermagem que promove a sua saúde e autonomia, sem ser necessária a deslocação do doente ao hospital.
“Muitas vezes a consulta estende-se também ao cuidador, que é um elemento fundamental para alguns doentes. A avaliação destes doentes conta também com a participação de outros serviços, permitindo uma abordagem holística do doente com insuficiência cardíaca”, salienta o HESE.
Esta teleconsulta destina-se aos doentes que sofrem de insuficiência cardíaca e que já são acompanhados pelo Serviço de Cardiologia do hospital eborense, abrangendo toda a região do Alentejo.
“O Hospital de Dia de Insuficiência Cardíaca traz benefícios quer no tratamento e monitorização dos doentes, quer na redução de internamentos e custos hospitalares, constituindo-se como uma mais valia para todos os doentes da região”, resume a unidade hospitalar.
Epidemia com elevada morbilidade e mortalidade
A insuficiência cardíaca é uma epidemia mundial com elevada morbilidade e mortalidade. Em Portugal, a doença está mais presente em pessoas acima dos 80 anos e atualmente é responsável por até 4% dos internamentos, sendo a principal causa de admissão hospitalar naqueles acima dos 65 anos.
Esta doença é caracterizada por sintomas como a falta de ar, o inchaço e a intolerância progressiva aos esforços, e, além dos sintomas físicos, algumas pessoas podem ser afetadas pela seriedade e gravidade da doença, com sintomas emocionais como depressão e ansiedade.
Normalmente, a insuficiência cardíaca desenvolve-se porque o doente tem, ou teve, um problema de saúde que causou lesões, como por exemplo, doença das artérias coronárias com um ataque cardíaco, ou esforço extra, como por exemplo, pressão arterial elevada.