Marta Temido falou após a habitual reunião de especialistas realizada no Infarmed
A ministra da Saúde voltou a apelar para o cumprimento das medidas de prevenção contra a covid-19, sublinhando que a mobilidade está a aumentar e o teletrabalho a diminuir, e reiterou a confiança nas vacinas.
Em declarações após a reunião de especialistas que hoje decorreu no Infarmed, Marta Temido lembrou que, não obstante o processo de desconfinamento ter começado há menos de 15 dias e estar ainda na primeira fase, a mobilidade está a aumentar e há uma menor utilização do teletrabalho.
Marta Temido insistiu para que, sempre que possível, se continue a optar “pelo teletrabalho e pela restrição dos contactos sociais ao mínimo indispensável”.
Ainda não podem ser aliviadas as medidas de prevenção
“O vírus continua a estar presente no espaço europeu”, afirmou, frisando que, por isso, não podem ser aliviadas as medidas de prevenção.
Questionada sobre a paragem na vacinação com a vacina da AstraZeneca, a ministra sublinhou que se tratou de “uma pausa” e não de “uma suspensão”, reiterando a confiança nas vacinas.
“Qualquer vacina, ou qualquer medicamento, passa por uma avaliação da agência europeia do medicamento [EMA] que tem décadas de trabalho confiável e transparente”, afirmou a governante, lembrando que o que Portugal fez foi seguir as recomendações da EMA.
“As vacinas são seguras. Têm, como qualquer medicamento, um contexto de indicações e restrições e os países têm de as seguir”, afirmou.
Objetivo é vacinar 70% da população até ao verão
Na sessão realizada no Infarmed, o coordenador da ‘task-force’, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo reiterou o objetivo de vacinar 70% da população até ao verão.
O responsável adiantou que, já chegaram a Portugal 1,8 milhões de vacinas e que já foram administradas 1,3 milhões de vacinas, segundo os números apurados no último fim-de-semana.
A sessão iniciou-se com a apresentação de André Peralta Santos, da Direção-Geral da Saúde, que revelou “uma diminuição generalizada da incidência no território”, situando-se entre os 60 e os 120 casos por 100 mil habitantes a 14 dias.
Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), alertou para a subida do índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 , que considerou o abrandamento da velocidade do decréscimo “natural”.
Participaram ainda nesta sessão, João Paulo Gomes, investigador do INSA, e Henrique de Barros, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que fez um ponto de situação sobre um ano de aprendizagem da Covid-19 em Portugal.