Relatório é da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura e do Programa Alimentar Mundial
A fome extrema deve aumentar em mais de 20 países nos próximos meses, de acordo com o alerta da Organização das Nações Unidas (ONU), destacando que em algumas regiões do Iêmen, do Sudão do Sul e no norte da Nigéria, famílias estão morrendo de fome. Esta notícia baseia-se no relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM).
A notícia, avançada pela agência Brasil, refere que a situação de fome extrema é agravada por conflitos internos, alterações climáticas e pela pandemia de Covid-19, sendo também agravada pela praga de gafanhotos em alguns locais.
Saliente-se que a FAO e o PAM acrescentam que mais de 34 milhões de pessoas no mundo “lutam com níveis alarmantes de fome extrema” e que esse número pode aumentar drasticamente nos próximos meses se a assistência internacional não for ampliada, acrescenta o relatório, de 37 páginas, divulgado pelas duas agências que têm sede em Roma.
Responsabilidade de agir para poupar vidas, numa catástrofe que está a ocorrer perante os nossos olhos
Apesar da maioria dos países afetados ser africana, a fome pode aumentar vertiginosamente na maioria das regiões do mundo, incluindo o Afeganistão, Síria, Líbia, Haiti e na América Latina.
“O sofrimento é alarmante”, alerta o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, em comunicado. “Temos a responsabilidade de agir agora e rapidamente para salvar vidas, salvaguardar meios de subsistência e prevenir que a situação se agrave”.
O representante da FAO, segundo a agência Brasil, lembra que “em muitas regiões, a época do cultivo está começando e devemos correr contra o relógio para não deixar fugir essa oportunidade de proteger e até mesmo aumentar a produção local de alimentos”.
“Uma catástrofe ocorre perante os nossos olhos”, afirma o diretor da WFP, David Beasley. “A fome – impulsionada por conflitos e alimentada por alterações climáticas e pela pandemia de covid-19 – bate à porta de milhões de famílias”.
Para David Beasley, há três formas de impedir que “milhões morram de fome: a suspensão dos combates; o maior acesso às comunidades vulneráveis e o aumento das doações”.
No início do mês, a FAO e o PAM pediram US$ 5,5 biliões de dólares para evitar a fome, por meio da assistência alimentar humanitária e intervenções urgentes de subsistência.
O relatório conclui que “a América Latina vai ser a mais atingida pelo declínio econômico e a recuperação será mais lenta. Já o Médio Oriente, Iémen, a Síria e o Líbano são fortemente afetados pela desvalorização da moeda e pela inflação vertiginosa”.
Mais de 7 milhões de pessoas no Sudão do Sul deverão enfrentar níveis de insegurança alimentar aguda durante o período de abril a julho, acrescenta o relatório da FAO. E mais de 16 milhões de iemenitas vão passar por altos níveis de insegurança alimentar aguda até junho, 3 milhões a mais do que no ano passado.
Burkina Faso, o Afeganistão, a República Democrática do Congo, Etiópia, o Sudão e a Síria são também países identificados entre os piores focos de fome.