Especialistas acreditam que China e Índia partilham da mesma postura: nenhuma das duas potências nucleares pretende ser a primeira a atacar.
De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo (SIPRI, sigla em inglês), uma escalada nuclear entre os dois gigantes asiáticos não só seria improvável como impensável, informa o SputnikNews Brasil, citando o jornal Times Now News.
"Entre especialistas chineses e indianos, existe uma visão predominante compartilhada entre eles de não uso primeiro [de armas nucleares], sendo que a escalada nuclear entre os dois países seria não só improvável como impensável", relata o SIPRI.
Alguns especialistas, citados pelo relatório do SIPRI publicado na quinta-feira (1), denotaram nuances na abordagem da Índia de não haver um primeiro uso de armas nucleares e perceberam uma discussão em evolução na nação sobre um possível uso futuro, enquanto outros apontaram debates ocorridos na China sobre não usar armas nucleares primeiro. Contudo, ignoraram em grande parte a possibilidade de uso de armas nucleares devido a tensões.
O domínio contínuo do pensamento indiano de uma ameaça em "duas frentes" – China e Paquistão – demonstra que se deve ter uma maior consideração em como políticas de dissuasão deverão funcionar entre estes três países, mesmo que seja necessário chamar outras nações para monitorar as tensões.
Neste último aspeto, segundo o SputnikNews Brasil, a possível intervenção dos EUA na região, cenário que chama a atenção de muitos especialistas chineses, gerou debate.
Por um lado, a China preocupa-se com as vendas de armas dos EUA à Índia, assim como com a participação de ambos em iniciativas como a Estratégica dos EUA do Indo - Pacífico e o Diálogo de Segurança Quadrilateral, ou Quad, que têm em mira a contenção do poder e influência de Pequim na região.
Por outro lado, os EUA mostram preocupação com as aspirações chinesas na área em causa, tendo em conta a sua assistência ao Paquistão no setor nuclear e o Corredor Económico China-Paquistão sob a iniciativa "Um Cinturão, Uma Rota".
Por último, tanto os EUA como a China acabam por estar a defender o seu posicionamento, justificando-o como uma necessidade estabilizadora regional.
Mas, tendo em conta a situação atual na região de Ladakh, disputada entre Pequim e Nova Deli, e mesmo que China e Índia não venham a iniciar tensões nucleares tão rapidamente como se pudesse prever, esta pode ser uma oportunidade para conversações mais próximas entre a Índia e os EUA no plano nuclear.