Entre os temas quentes que selecionámos, está a declaração do ministro da Saúde do Brasil: "Não posso dar uma canetada para aprovar vacinas", ao estilo Bolsonaro com quem esteve a jantar
O presidente Jair Bolsonaro jantou com um grupo de empresários na noite desta quarta-feira (7), em São Paulo, acompanhado dos seus ministros, e à saída do evento, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou sobre a necessidade de acelerar a vacinação, apontando para a ANVISA, a responsabilidade de aprovar potenciais vacinas.
"Não posso dar uma canetada para aprovar as vacinas, temos que respeitar as regulamentações da ANVISA", afirmou o ministro.
A declaração de Queiroga, reproduzida pela CNN Brasil, surgiu no momento em que o Governo Federal brasileiro se aproxima das negociações pela vacina russa Sputnik V, que ainda não foi autorizada para uso emergencial nem tem registo definitivo no país.
Culto religioso em pandemia
O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil começou a decidir, nesta quarta-feira (7), se governadores e prefeitos podem proibir a realização de cultos religiosos com o objetivo de conter a contaminação da Covid-19.
O julgamento foi suspenso e será retomado hoje, quinta-feira. O único a votar no primeiro dia de julgamento foi Gilmar Mendes, tendo considerado a ação improcedente e declarou: "Ainda que qualquer vocação íntima possa levar à escolha pessoal de entregar a vida pela sua religião, a Constituição Federal de 1988 não parece tutelar o direito fundamental à morte", disse o ministro, segundo a CNN Brasil.
O julgamento será retomado com o posicionamento do ministro Nunes Marques, depois votarão Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Luiz Fux, presidente da Corte, nessa ordem.
Butantan sem insumos
A produção da vacina Coronavac, utilizada contra a Covid-19, está temporariamente paralisada pelo Instituto Butantan por falta de matéria-prima, disseram à CNN Brasil três fontes com conhecimento do assunto.
O Instituto Butantan, entretanto, disse que vai prosseguir com a entrega de vacinas na próxima semana, porque tem 2,5 milhões de doses já prontas para entrega, aguardando apenas o prazo definido no controle de qualidade. O instituto também informou que cumprirá os prazos estabelecidos nos contratos com o Ministério da Saúde, apesar do atraso na chegada de insumos. Ou seja, o Butantan comprometeu-se a entregar 46 milhões de doses até o final de abril.
AstraZeneca produzida no Brasil
Enquanto na Europa rola alguma polémica em torno dos efeitos colaterais da vacina AstraZeneca, no Brasil a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou que seja incluído no texto da bula da vacina de Oxford/AstraZeneca, que no Brasil é produzida em parceria com a Fiocruz, o seguinte texto: "possibilidade de casos muito raros de coágulos sanguíneos associados à diminuição do número de plaquetas no organismo”.
De acordo com a agência de vigilância sanitária brasileira, o texto em referência deverá constar no item “Advertência e Precauções” inserido na bula da vacina, referindo a possibilidade de ocorrência de casos muito raros de formação de coágulos sanguíneos associados à diminuição do número de plaquetas e, nalguns casos, sangramentos que podem estar associados ao uso do imunizante, sendo que casos como esses já foram relatados por alguns países.