
Exposição na COP26 volta a olhar para os povos da Amazónia
"Para quem está por vir" apresenta 13 trabalhos de fotógrafos da região amazónica em 'Brazil Climate Hub'

A partir de amanhã, segunda-feira, 1 de novembro, os participantes na Conferência do Clima (COP26) poderão conhecer um pouco mais das faces e cores que compõem a diversidade da Amazónia. É que, de acordo com a notícia veiculada pela Agência Brasil, durante a conferência, mais precisamente no espaço Brazil Climate Hub
(que vai promover uma série de eventos ligados à agenda da justiça climática, políticas financeiras sustentáveis e à preservação da biodiversidade), estará em cartaz a exposição "Para quem está por vir".
Com curadoria de Eduardo Carvalho e Vanessa Gabriel-Robinson, a mostra apresentará 13 fotografias que mostram a população negra, indígena, urbana e ribeirinha da Amazónia. Os fotógrafos amazonenses Bruno Kelly, Marcela Bonfim e Nailana Thielly são os responsáveis pelas imagens que são uma forma de ajudar o público a refletir sobre a importância de manter esse ecossistema vivo e minimizar os impactos da sua exploração.
“A ideia principal era convidar artistas visuais contemporâneos da região e mostrar um outro olhar sobre a Amazónia. Um olhar jornalístico, local, em que as comunidades fossem protagonistas.
Estes profissionais conhecem a realidade social, cultural e económica de seus estados, e entendem a importância de retratar as comunidades considerando as suas diferenças, a sua diversidade, a maneira como se relacionam com o seu ambiente.”, explica Vanessa, que também é natural da região.
Amazónia humana
“Decidimos evitar mostrar os problemas para mostrar a Amazónia humana”, disse Eduardo Carvalho. Segundo ele, citado na notícia veiculada

pela Agência Brasil, uma Amazónia urbana, indígena, preta, ribeirinha e feminina, que luta para preservar os seus conhecimentos tradicionais, ao mesmo tempo que quer beneficiar daquilo que a modernidade traz de positivo.
“Uma Amazónia que tem voz e que quer ser ouvida. Que deseja transmitir para as futuras gerações – aqueles que ainda virão, como diz o nome da exposição – os segredos, as cosmogonias, as tradições, as relações com a natureza”.
Para Vanessa Gabriel-Robinson embora a região figure em diversos debates ninguém realmente se atenta e dá voz aos povos que lá habitam - que ficam alheios a essas discussões ou até mesmo não têm espaço para promover o seu trabalho, por exemplo.
“Sem escutar essas pessoas, sem dar espaço para a arte produzida na região, a discussão sobre o futuro da Amazónia nunca será completa”, diz Vanessa.
Encontro de líderes vai até 12 de novembro
Chefes de Estado e representantes de mais de 190 países reúnem-se entre 31 de outubro e 12 de novembro em Glasgow, na Escócia, para discutir os compromissos firmados no âmbito do propósito de reduzir a emissão de gases do efeito estufa e travar o aquecimento global.
Este encontro é designado de a 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) e ocorre sob o alerta de pesquisadores e ambientalistas de que as metas propostas para enfrentar o problema do aquecimento da Terra precisam ser mais ambiciosas para evitar consequências mais extremas das mudanças climáticas.
As mudanças já provocadas no ambiente desafiam o principal compromisso internacional para conter o aquecimento global, o Acordo de Paris, que prevê desde 2015 que o aumento da temperatura até 2100 deve ser limitado a 1,5°C.
Saliente-se que a mudança da temperatura é um dos indicadores inscritos na agenda deste encontro mundial de líderes, mas também a mudança do regime das chuvas, a desertificação nalgumas áreas, o degelo, a elevação do nível do mar, a mudança nas correntes marítimas, entre outros, são problemas que estão a acontecer e que assustam a humanidade.